segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Governo considera boa a diminuição do consumo de energia no horário de verão

Apesar de ter apresentado um consumo de energia maior que no ano anterior, o resultado do horário de verão deste ano foi considerado “altamente positivo” pelo governo. A redução foi de 2.376 megawatts (MW), no horário de pico, ante 2.587 MW do período anterior. Os resultados foram debatidos hoje (24), durante reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE).

“Duzentos megawatts a menos em uma conta de 71 mil MW é uma diferença desprezível”, avalia o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, comparando a diferença da redução do consumo com a demanda total por eletricidade do país. Segundo Chipp, o aumento no consumo em relação ao horário de verão anterior pode ter sido causado pela mudança de hábito dos brasileiros, especialmente das classes C e D, que, com mais aparelhos eletrônicos, acabam ficando mais tempo em casa.

De acordo com o ONS, o horário de verão, que vigorou de 17 de outubro a 20 de fevereiro, resultou em uma redução de 4,4% na demanda de energia no horário de pico, nas regiões onde o sistema foi adotado. No ano passado, a diminuição foi de 4,7% nas regiões Sudeste e Centro-Oeste e de 4,8%, na Região Sul. A economia da geração térmica evitada com a adoção do horário de verão foi estimada em R$ 30 milhões.

Diminui população de botos-vermelhos no Amazonas

A população de botos-vermelhos na região de Tefé, interior do Amazonas, caiu 10% na última década. A informação é de Nívia do Carmo, pesquisadora do Projeto Boto do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) e presidente da Associação Amigos do Peixe-Boi (Ampa). A causa da diminuição pode ser a captura predatória de botos-vermelhos para serem usados como isca na pesca da piracatinga (espécie de peixe necrófago – que come carniça de animais mortos), de porte médio, podendo medir até 45 centímetros (cm). O peixe é muito abundante na região amazônica e consumido em larga escala pelos colombianos.

Os estudos são realizados, desde 1993, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá – distante de Manaus cerca de 700 quilômetros (km). Em outubro e novembro do ano passado, pesquisadores do Inpa percorreram as comunidades em torno de Tefé. Durante a excursão, eles constataram que a caça dos botos é constante e tratada de forma natural pelos moradores, embora tenham consciência de que a pesca ou caça de animais silvestres é crime ambiental. A Colômbia é um grande apreciador de peixes Siluriformes (peixes lisos ou de couro) da Amazônia brasileira e a pesca da piracatinga se torna uma atividade lucrativa para os ribeirinhos que habitam essas localidades.

Sistema de alerta de desastres deve começar no inverno

O sistema nacional de prevenção e alerta de desastres naturais, que será criado pelo governo federal, já deverá começar a funcionar, em caráter experimental, no próximo inverno, para prevenir catástrofes com chuvas no leste e nordeste do país. A afirmação foi feita hoje (25) pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante. Segundo o ministro, o sistema funcionará, em um primeiro momento, com a integração de sistemas de monitoramento do clima já existentes, como os radares da Aeronáutica, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em seguida, o governo avaliará que equipamentos serão comprados para complementar o sistema.

O sistema será controlado de uma sala de operações, cuja base ainda não foi definida e poderá ficar em Brasília ou em São Paulo. A partir da previsão de chuvas intensas, o sistema nacional, vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia, divulgará alertas para as áreas que podem ser afetadas. A mobilização das cidades ficará por conta do Sistema Nacional de Defesa Civil, que poderá fazer uso de sirenes. Segundo o ministro, a sala de operações será 24 horas e contará com uma equipe de quatro profissionais: um meteorologista, um especialista em desastres naturais, um hidrólogo e um geólogo. Para compor os turnos, serão necessárias 30 pessoas.

A ideia é que, no próximo verão, o sistema de alerta já esteja cobrindo todo o território nacional. Mas, segundo Mercadante, o sistema só estará funcionando plenamente depois de um levantamento geofísico das cidades brasileiras, que pode durar anos. “O ponto mais difícil é o levantamento geofísico, que depende do trabalho de geólogos. Poucas cidades brasileiras estão bem mapeadas”, disse o ministro, em visita ao Rio.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Consumo de energia no Brasil cresce 6,5% em janeiro, diz EPE

O consumo de energia elétrica do Brasil cresceu 6,5% em janeiro em relação ao mesmo período do ano passado, para 35.812 gigawatts-hora (GWh), informou nesta quinta-feira a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). No acumulado de 12 meses, o crescimento registrado foi de 7,6% ante os 12 meses anteriores. Em 2010, a empresa vinculada ao Ministério de Minas e Energia registrou aumento no consumo de 7,8%.

"Os dados consolidados indicam taxas de crescimento expressivas em todos os segmentos", disse a EPE, em nota. "A dinâmica do consumo industrial sugere estabilização e acomodação das taxas de crescimento, uma vez absorvidos os efeitos da crise e da recuperação subsequente sobre as estatísticas. No mês passado, o crescimento do consumo industrial foi de 6,6%, para 14.632 GWh, o que, segundo a empresa, evidencia a consolidação da recuperação da produção industrial nacional. O consumo residencial de energia, por sua vez, cresceu 6,5% em janeiro na comparação anual, para 9.834 GWh. O consumo médio mensal de cada consumidor foi determinado em 157 quilowatts-hora (kWh), 2,6 superior do que o observado há 12 meses.

Já o setor de comércio e serviços, afirmou a EPE, mostrou amento de 7% no consumo no mês passado, para 6.254 GWh. "É resultado coerente com as estatísticas do IBGE, que dão conta de crescimento, em 2010, de 10,9% da atividade comercial e de 24,1% na venda de 'equipamentos e materiais de escritório, informática e comunicação'".  A empresa destacou ainda a movimentação de passageiros nos aeroportos brasileiros, que "é bom indicador do aquecimento do turismo, de negócios ou de lazer, o que repercute no consumo de energia do setor de comércio e serviços". Fonte: Reuters News

Eleição para Câmara Federal de Compensação Ambiental

Hoje, às 16h, será realizada a reunião pública para apurar os votos da eleição das entidades ambientalistas que ocuparão a vaga destinada às organizações não-governamentais na Câmara Federal de Compensação Ambiental (CFCA) para o biênio 2011/ 2012. A primeira colocada no processo eleitoral ocupará a vaga na Câmara como titular e a segunda como suplente. A reunião acontecerá no auditório do Ed. Marie Prendie Cruz, na 505 Norte, em Brasília.

A apuração será iniciada pelo secretário de Biodiversidade e Florestas, do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Bráulio Dias, primeiramente com a contagem dos votos registrados em cédulas de papel, que foram encaminhadas via postal. Em seguida, serão apurados os votos eletrônicos. A reunião será aberta ao público e, quem tiver interesse, também poderá acompanhar a apuração dos votos pela internet, diretamente pelo endereço http://video.cnrh.gov.br/video_stream/.

Câmara Federal - A CFCA é instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente e, entre outros objetivos, tem a missão de estabelecer diretrizes para aplicação da compensação, decorrentes do licenciamento federal dos empreendimentos com significativo impacto ambiental. De acordo com o diretor da Secretaria Executiva do MMA, Roberto Suarez, é fundamental a participação dos diversos atores da sociedade na Câmara para reavaliar esses processos de valoração da compensação ambiental. "Quanto mais participativo, democrático e transparente for o debate, mais aceito, legítimo e efetivo será o processo", afirma.

Votação - Das 552 entidades ambientalistas cadastradas regularmente há pelo menos um ano no Cadastro Nacional de Entidades Ambientalistas (CNEA), dez se candidataram à votação, que aconteceu entre 7 e 20 de fevereiro. As entidades ambientalistas eleitas assumirão o compromisso de respeitar a Carta de Princípios das Entidades Ambientalistas Representantes do CNEA em Órgãos Colegiados e apresentar a documentação prevista na Portaria 10, de 12 de janeiro de 2011 até dia 16 de março, quando será realizada a segunda reunião ordinária da Câmara Federal de Compensação Ambiental.
Fonte: MMA

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

“A poluição mata mais em São Paulo que AIDS e tuberculose somadas”

No Brasil, 80% da população está nas áreas urbanas, mas os efeitos da falta de políticas ambientais e do crescimento desordenado das metrópoles na saúde dos seus habitantes ainda são pouco discutidos. Tentando mudar essa realidade, o Instituto Saúde e Sustentabilidade lança o livro Saúde e Meio Ambiente: o desafio das metrópoles. O Ecocidades conversou sobre esse assunto com o coordenador da obra, Paulo Saldiva, professor titular de Patologia da Faculdade de Medicina da USP e membro do Comitê da OMS que definiu os novos padrões de qualidade do ar. Na área metropolitana de São Paulo, estima-se um excesso de 7 mil mortes por ano decorrentes de problemas causados pela poluição do ar – número maior do que os de AIDS e tuberculose somados. O livro será lançado nesta sexta-feira, 25 de fevereiro, em São Paulo*.

Como surgiu a ideia de lançar o livro?
Esse projeto do Instituto Saúde e Sustentabilidade pretende reunir em um só lugar informações de múltiplas fontes, para permitir às pessoas se inteirarem sobre o tema. A ideia era pegar os milhares de trabalhos científicos que se estudam o efeito das condições de vida nas megacidades sobre a saúde. Isso engloba falar sobre ilhas de calor, o perigo de morar em regiões com riscos de inundações e deslizamentos e a política de formar cidades cada vez menos compactas – o que obriga a construção de uma enorme infraestrutura de mobilidade e de fornecimento de água e esgoto.

Nesse trabalho são abordados problemas principalmente de São Paulo. Por quê?
Nós escolhemos São Paulo primeiro por ser uma megalópole que teve um crescimento desordenado e, segundo, por contarmos com bom um banco de dados sobre ela. Cada grande cidade tem seu diagnóstico particular e complexo. Aqui a velocidade do trânsito é baixa, as ilhas de calor estão preservadas, o nível de poluição está demonstrado. Todo mundo sabe o que faz mal e o remédio não é tomado. Depois, gostamos de São Paulo e queremos melhorá-la. É muito fácil gostar da Gisele Bündchen, ela não precisa nem abrir a boca… O duro é você gostar de São Paulo, que tem muito problemas e nenhuma beleza natural evidente.

Se o remédio é conhecido, por que não é usado?
Os interesses econômicos dentro da cidade de São Paulo são muito poderosos. É o lugar onde um quarto do combustível do Brasil é vendido, é onde se encontram as sedes dos maiores grupos financeiros e é onde, digamos, a polêmica entre a aparente divisão entre desenvolvimento e sustentabilidade ocorre com maior intensidade. Existem soluções para tudo, você pode facilmente colocar combustível limpo na frota de São Paulo. Ou poderíamos pegar a Avenida Paulista e dividi-la em duas metades, com corredores exclusivos para ônibus, como fez o prefeito de Bogotá. Mas também existe um problema cultural. As pessoas ainda estão esperando uma solução milagrosa, uma solução tecnológica. E sozinha a solução tecnológica não vai resolver. É preciso mudar hábitos.

Qual é a magnitude do problema da poluição do ar?
No Brasil, de modo geral, está melhor porque houve melhoria tecnológica. Mas em algumas áreas piorou. É o caso do campo, por conta das queimadas, uso intensivo de pesticidas e, também, por menor fiscalização. Nas grandes cidades tende a melhorar, mas ela ainda é suficiente para causar problemas. Estima-se um excesso de 7 mil mortes ao ano na região metropolitana de São Paulo e  4 mil na capital. Esse número é maior do que os de AIDS e tuberculose somados, que são considerados problemas de saúde pública. A própria Organização Mundial de Saúde (OMS) diz que, entre as causas evitáveis, a poluição do ar mata mais do que cigarro. Embora o cigarro seja muito pior do que a poluição do ar, o seu risco se aplica apenas aos fumantes, enquanto a poluição atinge a todos.

Como a poluição afeta a saúde do indivíduo?
A poluição do ar age da mesma maneira que o cigarro, só que em menor escala. Causa e piora doenças respiratórias, causa câncer de pulmão, doenças coronarianas e aumenta o número de partos prematuros…. A diferença é que quando você põe todo mundo para respirar ar poluído, você aumenta o número de vulneráveis. A poluição do ar é a mais democrática das poluições. No caso da água contaminada, você só é afetado por contato direto. É possível comprar água engarrafada ou ter uma estação de tratamento. Não existe uma estação de tratamento do ar, nós temos que lidar com o ar que nós temos.

O que o paulistano deve fazer para se proteger?
Os cuidados que cada um pode tomar vão depender da sua condição financeira. Do ponto de vista da exposição, é recomendado evitar os horários de pico e minimizar o seu tempo de permanência nos corredores de tráfego. Mas se o indivíduo bate ponto fica meio difícil. O que se pode fazer é praticar um pouco mais de exercício físico, que é anti-inflamatório e melhora as defesas contra a poluição. Também é bom beber mais água, porque tanto a parte respiratória quanto a cardiovascular se beneficiam da hidratação. Em relação à alimentação, deve-se ingerir frutas e tudo o que envolve betacaroteno e vitamina E. Há estudos mostrando que crianças e adultos adeptos a uma dieta rica em antioxidantes naturais mantêm uma saúde melhor.

Quanto tempo de vida pode perder uma pessoa que mora em São Paulo?
Ela pode sofrer uma redução de mais ou menos 9 a 10 meses para cada 10 microgramas de material particulado fino inalado. Isso significa que a expectativa de vida em São Paulo aumentaria em um ano e meio caso a gente tivesse a poluição de Recife, por exemplo.

E qual é o impacto que a poluição do ar no orçamento público destinado à saúde?
Na cidade de São Paulo a poluição do ar custa, considerando as internações no SUS, de 180 a 200 milhões de reais por ano. Se multiplicar esse valor por três, ou seja, cerca de 600 milhões de reais, você chega ao número do SUS somado ao das redes conveniadas. Se contabilizar a mortalidade precoce, que contabiliza a perda do valor de anos produtivos, esse custo ultrapassa 2,5 bilhões de reais. A conta que se faz é que, no nível em que estamos hoje – de poluição intermediária –, para cada real investido em controle de poluição você economiza de R$7 a 8 em gastos de saúde nos cinco anos subsequentes. Não existe nenhum investimento público hoje com taxa de retorno tão alta. Defendemos igualmente que esse enorme custo da poluição, hoje pago por todos, deveria ser pago por quem polui. Agora, não adianta ficar só apelando para a responsabilidade social e ambiental das empresas. O compromisso delas é diferente, é com o lucro. Ninguém vai prejudicar os seus acionistas em nome de uma causa ambiental vaga.

Que tipo de medidas de curto prazo podem ser tomadas para melhorar a situação da cidade?
Embora com atraso, algumas já começaram, como a expansão da malha do metrô. É possível investir em transporte público de qualidade e na criação de corredores de ônibus. O governo municipal já proibiu, a partir de 2018, sua frota de utilizar combustíveis fósseis. Houve um avanço grande recente, mas ele foi circunstancial, porque o Secretário Municipal do Meio Ambiente é médico. Assim, certas providências não foram fruto de um diálogo institucional, mas de um feliz acaso. E boa política pública, de longo prazo, não se faz a partir de acasos felizes.

Investimentos mundiais em energia limpa devem crescer em 2011, diz ONU

Espera-se que Brasil, China e Índia incentivem os investimentos mundiais em energia limpa em 2011, que podem chegar a US$240 bilhões, afirmou o diretor da Iniciativa Economia Verde das Nações Unidas na quarta-feira (23). A unidade ambiental da ONU (PNUMA) disse que investimentos em energia renovável atingiram entre US$180 a US$200 bilhões em 2010 em relação aos US$162 milhões em 2009, conduzidos pelos três países.

O aumento dos investimentos ocorreu devido à força que a energia sustentável está ganhando na busca dos governos por fontes energéticas mais baratas – como a solar, a eólica e o etanol – para reduzir o impacto causado pela ascensão dos preços do petróleo. “Os investimentos podem chegar perto dos US$240 bilhões em energia limpa, incluindo eficiência energética e energia renovável”, admitiu Pavan Sukhdev, diretor da Iniciativa Economia Verde do PNUMA.

As Nações Unidas afirmaram que a transformação dos suprimentos energéticos em alternativas mais verdes necessita de mais de US$360 bilhões anualmente. Os efeitos prejudiciais das mudanças climáticas forçaram países a procurar meios de cortar emissões de gases e encorajar sistemas mais ecológicos, disse Sukhdev à Reuters. O diretor assegurou que a Nações Unidas tiveram o auxílio da União Europeia para ajudar sete países africanos – incluindo o Quênia, a África do Sul e o Burquina Fasso – a formular políticas que poderiam possibilitar a transição para uma economia verde. 
Fonte: Reuters

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Falta de segurança é um risco para iniciativas verdes

Relatório demonstra como mercados de carbono e programas de preservação ambiental estão sendo cada vez mais visados por quadrilhas criminosas que se aproveitam da ausência de mecanismos de controle e monitoramento.

A pressão crescente da sociedade por um maior respeito com o meio ambiente e o interesse em captar recursos que possibilitem a mitigação das mudanças climáticas fizeram com que a criação de novas iniciativas de sustentabilidade adotasse um ritmo bastante acelerado.

Normalmente, essa urgência em estabelecer novos programas seria algo positivo, porém existe um lado ruim: na pressa de colocar em funcionamento as iniciativas, muitas vezes questões de segurança acabam sendo ignoradas.

Esse é o alerta que faz a consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC) no relatório ‘How to assess your green fraud risks’ (numa tradução livre “Como lidar com os riscos de fraudes verdes”) publicado nesta segunda-feira (21).

Segundo o documento, as fraudes acontecem porque os novos mercados e iniciativas carecem de melhores padrões de controle e verificação. Além disso, não são feitos os investimentos suficientes de segurança em termos de tecnologia da informação.

Para a consultoria, o aumento dos crimes relacionados aos mecanismos de sustentabilidade pode ser explicado facilmente: essas ferramentas movimentam muito dinheiro, mas não possuem as mesmas normas de segurança das atividades financeiras tradicionais.

O caso mais recente de fraude envolveu o Esquema Europeu de Comércio de Emissões (EU ETS), com Hackers realizando o desvio do equivalente a € 28 milhões em permissões em janeiro. Um crime que levou à suspensão das negociações imediatas do esquema por mais de 20 dias e que ainda está afetando a sua credibilidade.

Ataques parecidos já haviam sido realizados no ano passado e utilizaram uma das formas mais antigas de golpe via a internet, os e-mails falsos. Os hackers enviaram e-mails para centenas de funcionários de empresas que participam do EU ETS, neles pediam a confirmação dos dados da companhia. Dezenas de pessoas caíram no golpe e possibilitaram assim o roubo de permissões equivalentes à € 3 milhões.

Para confirmar que mesmo esse método já conhecido ainda é perigoso para os mercados, a PricewaterhouseCoopers realizou uma pesquisa com uma multinacional. A PwC enviou um link para um site falso para todos os funcionários da corporação e nada menos que dois mil deles, cerca de 5% do total, acabaram clicando no link.

“O que existe de novidade é o alvo em si, os novos mercados verdes. As técnicas de fraude que estão sendo utilizadas são as mesmas já vistas em atividades financeiras”, explicou Jonathan Grant, um dos responsáveis pelo setor de sustentabilidade e mudanças climáticas da PwC.

Diante do rápido crescimento da economia verde e das finanças climáticas é inevitável que quadrilhas queiram tirar vantagem de falhas de segurança. O que os governos e a iniciativa privada devem fazer é aumentar as normas de segurança para evitar que essas pessoas tenham tanta facilidade em explorar as novas ferramentas.

Consumo de energia elétrica no país crescerá 4,8% ao ano até 2020

Previsão é que a demanda chegue a 730,1 mil GWh em 10 anos. Ganhos com eficiência energética serão equivalentes à geração de uma usina de Belo Monte.

A demanda de energia elétrica no Brasil ao longo da década deverá crescer a uma taxa média de 4,8% ao ano, saindo de um patamar de consumo total de 456,5 mil gigawatts-hora (GWh) no ano de 2010 para 730,1 mil GWh em 2020. As estimativas constam da Nota Técnica “Projeção da demanda de energia elétrica para os próximos 10 anos”, produzida pela Empresa de Pesquisa Energética – EPE.

Considerando o período em questão, o acréscimo do consumo total de eletricidade será de 274 mil GWh, volume superior ao atual consumo de eletricidade do México e próximo ao atual consumo de eletricidade da Espanha. O estudo trabalha com a hipótese de a economia brasileira expandir-se ao ritmo de 5% ao ano nos próximos 10 anos.

As projeções indicam que importante parcela da demanda total de eletricidade do país será atendida por autoprodução1, que crescerá a uma taxa média de 6,6% ao ano e deverá atingir 71 mil GWh em 2020 – o equivalente a 10% do consumo total de eletricidade neste ano. O acréscimo da autoprodução, nos 10 anos, será de aproximadamente 34 mil GWh. Já o consumo industrial total aumentará à taxa de 4,8% ao ano, chegando a 354,7 mil GWh em 2020.

O consumo médio por consumidor residencial passará de 154 kWh/mês, em 2010, para 191 kWh/mês em 2020. O máximo histórico de 180 kWh/mês, observado antes do racionamento de 2001, será ultrapassado por volta de 2017.

Ganhos com eficiência

A previsão de demanda para os próximos anos incorpora ganhos de eficiência elétrica que resultam em uma redução do consumo de eletricidade, em 2020, de 33,9 mil GWh. Esse montante de energia conservada equivale à geração de 4,5 mil MWmédios (aproximadamente a energia média a ser gerada pela usina hidrelétrica de Belo Monte).

Para efeitos de comparação, o ganho obtido com conservação de energia elétrica no período (33,9 mil GWh) é superior ao atual consumo de eletricidade do Peru e próximo ao consumo da Dinamarca. As estimativas de eficiência para o ano de 2020 estão detalhadas, por classe de consumo.
 Fonte: Portal PCH

Fique por dentro do impacto ambiental da população e da economia de cinco países


Nosso Planeta tem aproximadamente 13,4 bilhões de hectares de terra e água biologicamente produtivas disponíveis para serem utilizadas de maneira sustentável, segundo a Organização Global Footprint Network. A pegada ecológica média dos habitantes da Terra era de 2,7 hectares globais (gha), em 2007. Pressupondo que esta pegada tenha se mantido aproximadamente no mesmo nível nos 3 anos seguintes, podemos calcular, conforme a tabela 1, que a população mundial de 6,9 milhões de habitantes em 2010, utilizou 18,65 bilhões de gha, ou 39,2% a mais do que o Planeta possui de recursos sustentáveis.

Ou seja, a humanidade já ultrapassou os limites da sustentabilidade do Planeta. É como uma família que tira água cada vez mais funda na cisterna e enche a fossa de maneira rápida. A humanidade está agindo como uma família imprevidente e inconsequente que suga os recursos naturais e acumula todo tipo de dejetos em sua volta.

O mesmo acontece com China, Índia, Estados Unidos, Indonésia e Brasil, que são os cinco países mais populosos do mundo. Juntos eles possuíam, em 2010, 48% da população mundial, 43% do PIB (em poder de paridade de compra -ppp) e utilizavam 56% da área de terra e água biologicamente produtiva do Planeta.

A maior pegada ecológica per capita (8gha) é dos Estados Unidos da América (EUA) que tinha, em 2010, 4,6% da população mundial, 19,76% do PIB mundial e utilizava o equivalente a 18,96% dos 13,4 bilhões de hectares globais disponíveis no mundo. Porém a China, com pegada ecológica per capita de “somente” (2,2 gha), possuía a maior pegada ecológica total, utilizando 2,98 bilhões de gha, o que representa 22,23% dos 13,4 bilhões de hectares globais disponíveis no mundo. O Brasil, com pegada ecológica per capita de 2,9 gha já utilizava uma área de 553,1 milhões de hectares globais, o que representa 4,13% dos 13,4 bilhões de hectares globais disponíveis. Ou seja, o Brasil já usa um percentual de hectares globais maior do que o tamanho de sua população ou de sua economia.

A Indonésia, o quarto país mais populoso do mundo, possuía pegada per capita de 1,2 gha e ocupava 2,08% dos 13,4 bilhões de hectares globais disponíveis no mundo.

A Índia é atualmente o segundo país mais populoso do mundo, mas vai ultrapassar a China nos próximos 20 anos e deve chegar em 2050 com uma população de, no mínimo, 1,6 bilhão de habitantes. Mas a Índia é, entre os 5 maiores países, aquele que apresentou, em 2007, a menor pegada ecológica per capita (0,9 gha). Mas devido ao tamanho de sua população (de 1,2 bilhão, em 2010) apresentou um pegada total de 1,1 bilhão de gha, representando 8,16% dos 13,4 bilhões de hectares globais disponíveis no mundo.

O impacto global da Índia é bem menor do que o impacto dos Estados Unidos devido ao tamanho da economia. Ou dito de outra forma, a população dos EUA, mesmo sendo muito menor do que a da Índia, têm um consumo per capita muito maior. Portanto, o que mais polui e degrada o Planeta não é simplesmente o tamanho da população, mas o tamanho do consumo dos habitantes.

Porém, se a Índia tem atualmente uma baixa pegada ecológica per capita isto pode mudar nas décadas seguintes. Estudo da Pricewaterhousecoopers (2011) mostra que a Índia deve ser o segundo país do mundo em tamanho do PIB e deve ter uma renda per capita de US$ 27 mil (em poder de paridade de compra), em 2050. Esta renda é semelhante à renda média da União Europeia atualmente, que tem uma pegada ecológica per capita de 4,7 gha. Assim, se a Índia com uma população de 1,6 bilhão de habitantes, em 2050, atingir uma pegada ecológica de 4,7 gha, demandaria 7,5 bilhões de hectares globais. Ou seja, a Índia sozinha necessitaria de mais da metade da área disponível no mundo para sustetar sua população.

Ou seja, se as projeções de crescimento da população e da economia se confirmarem na primeira metade do século XXI o stress ecológico vai aumentar muito. Ou o mundo consegue uma maneira de reduzir a pegada ecológica ou vai caminhar para uma catástrofe ambiental sem precedentes.

Ministra confirma elaboração de propostas para Código Florestal

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, criticou na útlima quarta-feira (16) alguns pontos da proposta de revisão do Código Florestal, que pode ser votado no plenário da Câmara dos Deputados na primeira quinzena de março.

Izabella confirmou que a pasta tomou a iniciativa de coletar informações sobre o assunto para apresentar uma proposta alternativa. A ministra defende mudanças na questão que trata sobre a isenção de área de reserva legal para qualquer imóvel de até quatro módulos fiscais.
‘Temos preocupação de preservar tudo que está em pé. Reserva legal tem que ser preservada. Não tem por que induzir novos desmatamentos’, disse. Izabella também demonstrou insatisfação com a hipótese de ser eliminado das áreas de proteção topos de morros.

‘Eu não aceito que você anistie desmatador que desmatou, sabendo que estava cometendo um crime ambiental’, acrescentou a ministra sobre a proposta que prevê anistia para os proprietários rurais acusados de desmatamento ilegal até 2008.

Izabella, no entanto, fez questão de frisar que as propostas elaboradas pelo ministério não são um substitutivo ao projeto em tramitação no Congresso. ‘O que existe é um diálogo. Vamos levar as ideias para a Casa Civil’, disse a ministra, que não quis adiantar detalhes.
‘É um debate do governo com o Congresso. Trata-se de uma tentativa de construir novas bases para termos uma agricultura sustentável e para tirar o agricultor da situação de irregularidade’.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

SP aprova regulamentação de pagamento por serviços ambientais

O Plenário da Assembleia Legislativa paulista aprovou, nesta última terça-feira (15/02), o Projeto de Lei 271/2010, do Executivo, que altera a Lei 11.160/2002 que dispõe sobre a criação do Fecop (Fundo Estadual de Prevenção e Controle da Poluição). A mudança introduz na lei dispositivos que regulamentam o pagamento por serviços ambientais.

O objetivo da proposta é, segundo mensagem do então governador José Serra, “adaptar o fundo para sua utilização em operações financeiras relacionadas ao pagamento por serviços ambientais, admitindo o recebimento de receitas relacionadas a esses serviços, bem como a previsão de pagamentos não reembolsáveis aos proprietários rurais conservacionistas que participem de projetos na condição de provedores de serviços ambientais, previstos na Política Estadual de Mudanças Climáticas, instituída pela Lei 13.798/2009″.

A regulamentação do pagamento, em seu entendimento, é eficiente instrumento econômico de incentivo aos donos de terras, estimulando-os a conservar os ecossistemas e a adotar práticas ambientalmente sustentáveis. A preservação e a recuperação da diversidade biológica e a diminuição dos efeitos nocivos das mudanças climáticas pelo sequestro de carbono atmosférico são outros benefícios previstos como decorrentes desse incentivo aos proprietários agrícolas.

Produtor rural do Pará precisará de licenciamento ambiental para comercializar

O mercado está fechando as portas para a carne produzida de forma ilegal na Amazônia. Nessa semana o Ministério Público Federal (MPF) e o Governo do Pará deram mais um passo importante para regularizar a produção pecuária no estado do Pará, ao se comprometerem que nenhum município, até junho, comercializará carne sem o cadastro ambiental e rural de suas propriedades.

Mesmo com a assinatura do governador Simão Jatene se comprometendo em colaborar com a redução do desmatamento e o fim da pecuária ilegal, cabe a cada prefeito do Pará assinar o pacto, caso contrário, as propriedades que não tiverem o cadastro ambiental rural ou estiverem em processo de aquisição não poderão comercializar seus produtos.

Inicialmente o pacto poderia ser assinado até o dia 1º de fevereiro, mas levantamentos feitos pelo MPF apontaram que a Secretária de Meio Ambiente do Estado não tinha estrutura suficiente para receber todos os licenciamentos no prazo, e os cadastros ambientais que foram feitos ainda não foram validados. Dessa forma o prazo foi estendido, sem uma data para encerrar.

Segundo o procurador da república, Daniel Azeredo, o ponto principal do pacto "é zerar o desmatamento. E pra zerar o desmatamento precisa desse cadastro ambiental rural e do compromisso dos municípios junto com os produtores". Ele relata que até o momento nenhum prefeito expressou que não assinará o pacto, e os que ainda não o fizeram foi por terem dúvidas sobre o processo.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Fórum Social Mundial sediará debates ambientais em 2012

A principal atividade do Fórum Social Mundial de 2012 deve ocorrer em Porto Alegre quando será tratada a questão ambiental, debatendo modelos de desenvolvimento alternativos, baseados na sustentabilidade, preparando os movimentos sociais internacionais para a conferência Rio + 20, que se realiza em junho de 2012. O secretário do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, Marcelo Danéris, e o coordenador de Relações Internacionais, Tarson Nuñez, regresssaram ao Estado na madrugada de segunda-feira (14), após participarem da reunião do Comitê Internacional do Fórum, realizada no sábado (12), quando ofereceram aos organizadores apoio para o retorno do evento ao Rio Grande do Sul.

A decisão sobre onde ocorre o Fórum centralizado de 2013 será tomada em maio, em reunião do Comitê Internacional, na França. O Fórum contou com uma participação majoritariamente africana, com representantes do Egito e da Tunísia, países que hoje protagonizam amplas mobilizações pela democracia. Além dos representantes africanos, um grande número de ativistas da América Latina, Europa, Ásia e América do Norte participaram das atividades entre os dias 6 e 11, dia da renúncia do presidente egípcio. Uma das ações concretas desta edição foi o lançamento da Plataforma África-Europa por eleições livres e democráticas, que tem o objetivo de combater as ditaduras que persistem no continente. 

Projeto de REDD no Quênia adquire créditos voluntários

Pela primeira vez uma iniciativa de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação conquista créditos de carbono para negociar nos mercados. O conceito básico por trás do REDD é simples: projetos em países detentores de florestas recebem apoio de nações ricas ou de instituições para evitar o desmatamento e as emissões de gases do efeito estufa decorrentes da degradação ambiental.

O feito foi conseguido pelo "Kasigau Corridor REDD project", da consultoria norte-americana Wildlife Works Carbon, que recebeu nesta semana as primeiras Unidades de Carbono Voluntário (VCUs, em inglês) da Voluntary Carbon Standard (VCS). “Este projeto prova que o REDD pode incentivar comunidades a transformar suas rotinas para evitar o desmatamento”, reconhece Antoniolo. O projeto receberá 1,45 milhões de VCUs em seus primeiros seis anos e é estimado que reduza em seis milhões de toneladas as emissões durante os 30 anos de sua duração. Cerca de 20% dessas VCUs serão apenas guardadas para servirem como garantia de segurança, o restante será registrado no Markit Environmental Registry para serem negociadas.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A Ecossis aderiu ao Blog

Sempre preocupada em manter relações com seus diversos públicos, a Ecossis criou mais um novo espaço, o Blog Ecossis, para divulgar as principais notícias da Ecossis e sobre o Meio Ambiente. Falaremos em trabalho, mas também mostraremos um pouco de quem está por trás de dos trabalhos que a Ecossis desenvolve. 

Para isso, teremos a participação de alguns funcionários, mostraremos as experiências que eles vivem durante a execução dos trabalhos, como as saídas a campo, suas expectativas, fatos engraçados e curiosos. Postaremos também, dicas de vídeos, leitura, cinema e tudo o que envolva o Meio Ambiente. Além disso, estarão aqui os momentos de descontração da equipe, a final ninguém é de ferro. Então, Participem! Comentem! Siga-nos! A sua opinião é muito importante para nós.

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