segunda-feira, 25 de abril de 2011

Ônibus mais limpo

A Amyris Brasil – subsidiária da americana Amyris Fuels LLC, que desenvolve novos combustíveis -- concluiu um projeto de demonstração em campo com os primeiros ônibus movidos com uma mistura de combustível contendo diesel de cana-de-açúcar. O projeto foi realizado através de uma parceria entre a SPTrans, a Mercedes-Benz do Brasil, a Petrobras Distribuidora e a Viação Santa Brígida.

O programa teve duração de seis meses e comprovou os benefícios do combustível proveniente da cana de açúcar. Foram utilizados seis ônibus da Viação Santa Brígida, uma das principais companhias de transporte de passageiros de São Paulo, dos quais três rodaram com mistura de 10% de diesel renovável Amyris e 90% de óleo diesel Metropolitano (que contém 5% de biodiesel em sua composição).

Outros três ônibus utilizaram somente o diesel metropolitano e serviram de referência para comparação relativa dos resultados. O abastecimento ficou sob a responsabilidade da Petrobras Distribuidora. Ao final do teste os veículos passaram por avaliação minuciosa feita pelo seu fabricante, a Mercedes-Benz do Brasil.

Todos os veículos que utilizaram diesel de cana mostraram uma redução significativa nos níveis de emissões de fumaça quando comparados aos seus pares que utilizavam diesel metropolitano. Esta redução chegou a 40% em alguns casos. Além da redução de emissões, outro resultado dos testes com o diesel de cana que merece destaque é a manutenção do desempenho do motor. Nos ensaios comparativos, todos os parâmetros de controle do motor permaneceram exatamente iguais.

Este programa representa, juntamente com outras ações da SPTrans, um passo importante no cumprimento das metas determinadas pela lei municipal de mudanças climáticas, que prevê a redução gradual do uso de combustíveis fósseis no transporte público, com eliminação total até 2018. A SPTrans junto com o grupo que realizou este teste está discutindo a continuidade do teste e a ampliação do uso do combustível na sua frota.

Segundo Paulo Diniz, CEO da Amyris Brasil, a empresa tem planos de expandir os testes para outras frotas que circulam em regiões metropolitanas para demonstrar o potencial do diesel de cana como uma opção imediata que contribui com a solução para os desafios da poluição urbana e das mudanças climáticas.

A matéria-prima para o novo combustível é o mesmo caldo de cana que dá origem ao etanol. O processo também é parecido com o da produção de etanol, que utiliza leveduras para fermentar os açúcares presentes na cana e secretar etanol. A diferença é que para produzir diesel, a Amyris usa leveduras geneticamente modificadas. O resultado é um produto combustível com as mesmas propriedades dos derivados de petróleo, mas com características renováveis e vantagens ambientais.
Fonte: Revista Globo Rural

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Ecossis realiza Estudo Ambiental Simplificado para SCGAS

Nesta semana, a equipe da Ecossis esteve nos municípios de Tubarão, Blumenau e Gaspar em Santa Catarina, para realizar um estudo Ambiental Simplificado dos trechos onde será ampliada a área de abrangência da tubulação de gás natural da SCGAS. Segundo a coordenadora do projeto Juliana Rodrigues, foi realizado um diagnóstico geológico, biótico e antrópico visando a existência ou não de impactos ambientais no local do empreendimento.

Hidrelétricas se preparam para conter "praga do mexilhão"

O molusco, de duas conchas, adere a superfícies duras, pode entupir tubulações, parar máquinas e elevar gastos com manutenção. A disseminação em rios de um tipo de mexilhão trazido da Ásia está deixando hidrelétricas em alerta pelo país. O molusco, de duas conchas, adere a superfícies duras, pode entupir tubulações, parar máquinas e elevar gastos com manutenção. Vista pela primeira vez no país em 1999, em Porto Alegre, a espécie Limnoperna fortunei se espalhou pela bacia do Paraná, nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

O molusco foi trazido ao país pela água de lastro de navios. Para especialistas, é questão de tempo para atingir outras bacias. A Cemig (energética mineira) se prepara para enfrentar pela primeira vez o molusco, na usina de São Simão, em Goiás. A espécie é vista a 30 km da unidade. Um projeto de modernização prevê implantar a partir de 2012 um sistema que injeta dentro das unidades geradoras uma substância que evita que mexilhões grudem.

Cada limpeza feita dura cerca de quatro dias e causaria prejuízo de mais de R$ 1 milhão para cada unidade geradora. A Copel (Companhia Paranaense de Energia), que convive com a espécie desde 2006 na usina de Governador José Richa, no rio Iguaçu, preparou sistema parecido em duas outras usinas no rio. Uma substância injetada nas tubulações da usina altera o pH da água e evita a fixação da larva do molusco.

Em quatro usinas da Cesp (companhia energética paulista), nos rios Paraná e no rio Tietê, a estratégia deu certo, segundo a empresa. Desde 2004, uma substância baseada em cloro evita a formação de colônias e que as máquinas precisem ser paradas para limpeza. Os gastos anuais com o sistema são de cerca de R$ 100 mil.

ITAIPU

Outras usinas que já controlaram o problema, como Itaipu (PR), adotaram medidas como aumentar a velocidade do sistema de resfriamento para evitar a fixação da espécie. Itaipu foi a primeira usina brasileira com o mexilhão dourado. Segundo o veterinário Domingo Fernandez, quando a espécie apareceu, em 2001, tinha uma densidade de 26 adultos por metro quadrado.

Em 2003, chegou ao pico de 184 mil, e vem diminuindo até hoje, com média de 7.300 mexilhões na mesma área. "Como ele é um filtrador, já consumiu boa parte do recurso alimentar disponível. E entrou na cadeia alimentar de peixes, passou a ser comido", disse Fernandez.
Fonte: Folha.com

Açúcar é tóxico?

Cientista diz que é um "veneno". No dia 26 de maio de 2009, Robert Lustig deu uma palestra chamada Açúcar, a Verdade Amarga, que foi postada no YouTube em julho seguinte. De lá para cá, ela foi vista mais de 800 mil vezes, e a audiência cresce a 50 mil exibições por mês - número impressionante para uma palestra de 90 minutos sobre as nuances da bioquímica da frutose e a fisiologia humana.

Lustig é um especialista em desordens hormonais infantis e um conhecido especialista em obesidade infantil da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia-São Francisco, uma das melhores dos EUA. Ele publicou seu primeiro estudo sobre obesidade infantil há doze anos, e desde então trata de pacientes com a desordem e escreve trabalhos sobre o assunto.

O sucesso viral de sua palestra, no entanto, tem pouco a ver com as credenciais de Lustig e muito mais com sua afirmação persuasiva de que o açúcar é uma "toxina", ou um "veneno", termos que usa 13 vezes no vídeo, além de cinco referências ao açúcar como "um mal". E, por "açúcar", Lustig entende não apenas aquele pó granulado que colocamos no café - tecnicamente conhecido como sucrose -, mas também o alto grau de frutose de xarope de milho, por exemplo, consumido em grandes quantidades em seu país.

Os críticos de Lustig dizem que o que o torna atraente é sua prática de pegar evidências sugestivas e insistir que elas são indisputáveis. Ele certamente não usa meias palavras. O açúcar não é uma caloria inofensiva, ele diz: seu efeito sobre nós é muito mais insidioso. "Não tem nada a ver com calorias. Ele é um veneno em si mesmo". Se Lustig estiver certo, o consumo excessivo de açúcar é a razão primária para o enorme aumento de americanos obesos e diabéticos nos últimos 30 anos. Mas seus argumentos implicam mais que isso - o açúcar seria a causa dietética de muitas outras doenças crônicas amplamente consideradas como parte do modo de vida ocidental - doenças do coração, hipertensão e muitos tipos comuns de câncer.

O número de espectadores que Lustig atraiu sugere que as pessoas andam prestando atenção em seus argumentos. Mas será que o açúcar é tão ruim quanto ele diz? Uma coisa é sugerir, como fazem a maioria dos nutricionistas, que uma dieta saudável inclui mais frutas e vegetais e talvez menos gordura, carne vermelha, sal e um pouco menos de tudo. Outra coisa é dizer que consumir açúcar pode não ser apenas uma indulgência, mas uma coisa tóxica. Isto pode ser bem radical. Mas Lustig coletou uma grande massa de informações, e sua mensagem não deve ser ignorada, e sim debatida, diz o New York Times.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Nova espuma remove radiação da água

Cientistas americanos anunciaram hoje a criação de um novo material capaz de remover metais pesados e radiação da água potável. Feito de uma espécie de celulose chamada hemicelulose e da casca de crustáceos em pó, ele foi desenvolvido por pesquisadores da North Carolina State University. A espuma, que ainda está em fase de testes, foi criada pela equipe do Dr. Joel Pawlak e é recoberta com fibras de madeira. Ela funciona como uma esponja comum que, imersa na água, absorve elementos como o iodo radioativo. O iodo radioativo em água potável é muito perigoso para a saúde. Nosso corpo não consegue distingui-lo do iodo não radioativo e, por isso, ele acaba sendo armazenado na tireóide, onde pode levar ao desenvolvimento de um câncer. Para evitar esse risco, a espuma se liga ao iodo da água e o prende, evitando que seja ingerido ou cause danos ao ambiente. Além disso, o material consegue remover também sal da água do mar para torá-la potável, o que ajudaria muito em situações de emergência.
Fonte: Planeta Sustavel

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Produção de biocombustíveis pode ser antiética?

É o que afirma grupo de cientistas ingleses. Um relatório divulgado ontem, feito por uma importante instituição composta de importantes cientistas ingleses, diz que a produção de biocombustíveis é antiética e prejudica o ambiente. O estudo do Conselho Nuffield de Bioética culpa as políticas atuais da Grã-Bretanha e da Europa por não conseguirem proteger o ambiente, reduzir as emissões de gases estufa e evitar a violação de direitos humanos em países em desenvolvimento.

O trabalho, que levou 18 meses para ser concluído, aponta o desflorestamento e o deslocamento de comunidades indígenas como perigos da expansão rápida da produção de biocombusíveis nesses países. Diz que a meta européia, de ter 10% do combustíveis de transportes de fontes renováveis até 2020, levou à importação de biocombustíveis de países que não tem políticas consistentes de mudança de clima ou direitos humanos. E recomenda uma série de normas éticas: elas incluem a condição de que os biocombustíveis sejam ambientalmente sustentáveis, que reduzam as emissões de gases estufa e que isso não seja feito a custa de direitos humanos - relata o Environmental Data Interactive Exchange.

"Entendemos as dificuldades na aplicação de princípios éticos firmes no mundo real, mas as políticas existentes de biocombustíveis estão falhando", disse a professora Joyce Tait, que dirigiu o estudo. "Podemos estabelecer padrões na Europa e encorajar o resto do mundo a seguí-los. Este é um problema global que precisa de uma solução global".

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Falta de reciclagem causa prejuízos de R$ 8 bilhões ao ano

O Brasil perde R$ 8 bilhões ao ano por não reciclar seu lixo. A informação é do secretário de Recursos Hídricos e Meio Ambiente do Ministério do Meio Ambiente, Silvano Silvério da Costa, e foi dada durante seminário na Câmara Legislativa do Distrito Federal na manhã desta terça-feira (12).

Segundo o secretário, esta seria a economia se o país reciclasse todos os materiais passíveis de serem reaproveitados. A quantia é suficiente para construir 1,5 milhão de casas populares a cada ano.

O déficit habitacional do país é de cerca de 6 milhões de moradias, de acordo com o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP). Ou seja, se o volume de recursos fosse direcionado para a construção de moradias, seria possível zerar o déficit habitacional do Brasil em quatro anos.

O coordenador do programa Educação para Sociedades Sustentáveis da organização não governamental ambientalista WWF-Brasil, Fábio Cidrin, avalia que o prejuízo só não é maior por conta do trabalho histórico dos catadores de materiais recicláveis. “Estima-se que entre 800 mil e 1 milhão de brasileiros catadores realizam o trabalho que permite ao Brasil ter os altos índices de reciclagem que apresenta”, disse. O Brasil é, por exemplo, recordista mundial na reciclagem de latas de alumínio, reaproveitando mais de 95% do total.

O WWF-Brasil desenvolve, em parceria com a Fundação Banco do Brasil e com o Banco do Brasil, programa concebido pelo BB envolvendo um conjunto de ações relacionadas a consumo consciente e reciclagem total de resíduos em cinco cidades piloto: Belo Horizonte (MG), Caxias do Sul (RS), Natal (RN), Pirenópolis (GO) e Rio Branco (AC). Nestas cidades, as organizações parceiras vão estimular a mudança de comportamento e valores em relação à produção e destino dos resíduos sólidos e disseminar os princípios do consumo consciente.

As ações a serem implementadas nas cidades-piloto vão permitir que os modelos desenvolvidos possam ser replicados nos demais municípios brasileiros, ajudando a diminuir a quantidade de resíduos que vai para os lixões – e diminuindo os prejuízos que o país acumula por não reciclar. O seminário realizado nesta terça-feira, com o objetivo de discutir desafios e oportunidades da Política Nacional de Resíduos Sólidos, foi organizado pela Frente Parlamentar Ambientalista da Câmara Legislativa.
Fonte: WWF

quarta-feira, 13 de abril de 2011

IBGE lança mapa-múndi digital com dados sobre meio ambiente

O IBGE lançou o serviço Países@, um mapa-múndi digital, interativo e atualizado, apresentando gráficos, fotos e dados sobre economia, planejamentos, meio ambiente, dentre outros. Estão listadas no mapa todas as 192 nações reconhecidas pela ONU. Todos os dados são de fontes oficiais. A ferramenta é uma ótima fonte para quem precisa de uma pesquisa rápida sobre temas como indicadores sociais, economia e meio ambiente. Os textos estão em português, inglês e espanhol. Para acessar o banco de dados, basta clicar no link.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Autoridades discutem segurança das usinas nucleares brasileiras

O senador Delcídio do Amaral(PT/MS), juntamente com os demais parlamentares que integram a Comissão Temporária Externa do Senado criada para fiscalizar a situação das usinas nucleares brasileiras, visitou na sexta-feira (7) as usinas Angra 1 e 2, no litoral fluminense. Durante todo o dia, eles percorreram as instalações das usinas e discutiram com diretores da Eletrobrás, da Eletronuclear,  membros do governo do RJ, prefeitos e vereadores, alternativas para aumentar, cada vez mais, a segurança na operação dos reatores e a facilidade de evacuação da população da região em caso de acidente.

A preocupação das autoridades com a segurança do programa nuclear brasileiro aumentou depois do que aconteceu no Japão, onde um terremoto seguido de tsunami devastou a parte norte do país,  matando milhares de pessoas e provocando vazamento de radiação na Usina de Fukushima, até agora não solucionado.

“Constatamos que a tecnologia utilizada pelo Brasil em Angra 1 e Angra 2  é mais moderna e muito mais segura que a de Fukushima, mas é possível melhorá-la ainda mais. Uma das alternativas é atender a demanda de energia dos serviços auxiliares das usinas com uma Pequena Central Hidrelétrica, de Mambocaba, instalada no município de Angra dos Reis. O grande problema de Fukushima foi a falta de energia nos equipamentos auxiliares, que levaram ao derretimento do núcleo de pelo menos um dos reatores da usina. 

Com essa PCH em Angra se evita esse problema. Outro ponto importante que discutimos durante a visita : a mudança da instalação dos grupos diesel para que eles fiquem  absolutamente blindados e protegidos, principalmente em uma situação de invasão das águas do mar, que foi o que acabou prejudicando a usina japonesa, que não sofreu com o terremoto, mas com o tsunami˜, relatou o senador.

Delcídio disse que o esquema de evacuação da população e atendimento de saúde em caso de acidente foram olhados com extremo interesse pelos membros da Comissão.

“É preciso garantir a fuga rápida da população de Angra dos Reis, Parati e dos demais municípios do entorno da usina caso ocorra algum vazamento. Por isso cobramos a manutenção permanente tanto da BR 101 quanto a das demais estradas da região. Alem disso, é preciso que os hospitais daqui contem com equipamentos e profissionais em número suficiente, devidamente capacitados para agir rapidamente nas situações de urgência e emergência”, alertou o senador.

Além de Delcídio, a Comissão Temporária Externa é formada pelos senadores Jorge Viana (PT-AC), Edson Lobão Filho (PMDB-MA), Lindbergh Farias (PT/RJ), Cyro Miranda (PSDB-GO), Aloysio Nunes (PSDB-SP), Eduardo Braga (PMDB-AM) e Rodrigo Rollemberg (PSB-DF).

Norte Energia garante que Belo Monte respeita direitos humanos

A Norte Energia S. A., empresa responsável pela construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte, no rio Xingu, publicou uma nota destacando que o empreendimento respeita os direitos humanos e que será sustentável. O esclarecimento é uma resposta ao pedido da Comissão de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), que pediu ao governo brasileiro a suspensão do licenciamento do projeto.

De acordo com a empresa, os estudos do empreendimento indicaram todas as medidas necessárias para mitigar seus impactos, as quais serão integralmente executadas e ainda acrescidas de outras que vierem a se tornar necessárias. "Isto propiciará a manutenção das condições de vida das etnias que habitam a região do entorno da usina, notadamente a Volta Grande do Xingu", garante a Norte Energia.

No comunicado, a empresa aponta que o fato do projeto original da UHE Belo Monte ter passado por vários aprimoramentos, para que não houvesse inundação de parte das terras indígenas na região, principalmente Paquiçamba e Arara da Volta Grande, confirma a preocupação das empresas envolvidas nos estudos em assegurar os interesses dos povos indígenas, suas terras e a preservação de seus direitos.

Salienta ainda que, por intermédio da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) os povos indígenas da região do empreendimento tiveram livre e amplo acesso ao projeto e aos seus impactos, por meio de mais de 30 reuniões, documentadas em áudio e vídeo, realizadas nas seguintes aldeias: Paquiçamba, Arara da Volta Grande do Xingu, Juruna do Km 17, Trincheira Bacajá, Arara, Cachoeira Seca, Kararaô, Koatinemo, Araweté/Igarapé Ipixuna e Apyterewa.

"Isto garantiu o livre arbítrio desses povos indígenas, quanto à decisão de apoiar a implantação da UHE Belo Monte, preservando seus direitos fundamentais, a sua qualidade de vida e a busca de proteção para os referidos povos", explica a Nesa.

Além disso, a empresa informa que as informações sobre o projeto foram prestadas aos povos indígenas por meio dessas reuniões, bem como pela realização de quatro audiências públicas: em setembro de 2009, nas cidades paraenses de Brasil Novo, Vitória do Xingu, Altamira e Belém, com cerca de oito mil participantes, dos quais mais de cinco mil em Altamira, dentre eles, aproximadamente, 200 líderes de comunidades indígenas locais.

"A Usina Belo Monte levará desenvolvimento a toda região de sua área de influência, melhorando em Altamira as condições de vida de centenas de famílias indígenas citadinos e de cerca de 5.000 famílias que vivem em palafitas, sujeitas aos ciclos anuais de alagamentos, sem saneamento básico e outros serviços essenciais", diz a empresa.

A UHE Belo Monte terá potência instalada de 11.233 MW com 4.571 MW médios de energia assegurada. É um projeto moderno e totalmente dentro dos princípios de viabilidade técnica e econômica, de sustentabilidade, de baixo impacto socioambiental e de grande alcance social para a região.

A UHE Belo Monte é também a solução encontrada para gerar energia limpa e renovável necessária ao desenvolvimento do Brasil, com área alagada de apenas 516 km quadrados. "A UHE Belo Monte é um empreendimento com gestão responsável e que respeita os direitos e a cultura das populações tradicionais da região", finaliza a Norte Energia em seu comunicado.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Palocci é encarregado de negociar Código Florestal

A presidente Dilma Rousseff pediu nesta quarta-feira, 6 de abril, que o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, fique responsável por coordenar as negociações da proposta de mudança do Código Florestal, que foi elaborada pelo deputado Aldo Rebelo, do PCdoB-SP. A decisão de Dilma foi tomada após as manifestações promovidas por ruralistas e ambientalistas, em Brasília, e as demonstrações públicas de divergência de pensamento entre a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e o ministro da Agricultura, Wagner Rossi.

Palocci mediará as negociações - que contarão com a presença dos dois ministros e, também, do ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence - pelos próximos 15 dias, quando o debate deverá ser concluído. A primeira reunião, promovida para dar início às negociações, foi realizada ontem mesmo sob o comando de Palocci.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Código Florestal em perigo

Veja o vídeo:

Proposta de mudança no Código Florestal aumenta desmatamento na Amazônia

A expectativa pela votação do relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB) propondo mudanças no Código Florestal tem provocado uma corrida ao desmatamento na Amazônia, de acordo com o diretor de Proteção Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Luciano Evaristo. “Há na região a impressão de que o novo Código Florestal vai regularizar as propriedades ilegais. E essa expectativa vem estimulando a abertura de novas frentes. Ouvimos produtores flagrados por desmatamento dizerem abertamente que estavam desmatando porque o Código Florestal será votado esta semana e vai anistiar todo mundo”, disse hoje (5) Evaristo à Agência Brasil.

Motivados pela falsa expectativa de anistia para quem desmatou ilegalmente, proprietários têm avançado sobre a floresta mesmo na época de chuvas, quando tradicionalmente as taxas de desmate na Amazônia são menores. “Nem esperaram a estiagem, que se inicia em maio. Começaram a desmatar desde novembro, debaixo de chuva, de qualquer jeito.” Aprovado em julho do ano passado por uma comissão especial da Câmara, o relatório de Rebelo prevê uma série de flexibilizações na lei florestal, inclusive a redução de áreas de preservação permanente e a possibilidade de isenção da reserva legal. No entanto, o deputado deve modificar alguns pontos do relatório e apresentar nova versão nos próximos dias. Mesmo na versão original do relatório de Rebelo, criticada por ambientalistas e por parte do governo, não há previsão de anistia para desmatamentos recentes.

No texto, o deputado prevê anistia a produtores que desmataram ilegalmente até julho de 2008. Por pressão do governo, a questão deve ser um dos pontos a ser retirado do relatório pelo parlamentar. A expectativa dos produtores é que a aprovação de novas regras antes de 11 de junho, quando vence o prazo para regularização ambiental previsto em decreto, tire os infratores da ilegalidade e não permita punição ou multas para quem desmatou sem autorização. “Temos que deixar claro que ninguém será anistiado e que o Terra Legal [programa de regularização fundiária] não vai regularizar quem desmatou. Pelo contrário, estamos fiscalizando, o Ibama vai multar e embargar as propriedades”, disse Evaristo.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Equipe da Ecossis vai ao Mato Grosso do Sul para realizar segunda etapa do Pacuera

A equipe da Ecossis está a campo no estado do Mato Grosso do Sul para a realização da segunda fase do Pacuera. O Pacuera é um plano ambiental de Conservação e Uso do Entorno do Reservatório Artificial da usina hidrelétrica São Domigos, local de propriedade da Eletrosul Centrais Elétricas. A segunda fase do plano consiste numa visita ao canteiro de obras e na área de alague do futuro reservatório, acompanhados pela coordenadora do Pacuera, da Eletrosul, junto com a equipe das prefeituras dos municípios de Àgua Clara e Ribas do Rio Pardo para estabelecer os usos múltiplos, compatibilização das diretrizes, zoneamento, mapas temáticos e propostas preliminares do Pacuera. Fazem parte desse projeto os biólogos Gustavo Leite e Gabriela Fiori, a geógrafa Juliana Rodrigues e o arquiteto Samuel Quintana.

Especialistas alertam para o perigo dos agrotóxicos para a saúde humana e o meio ambiente

Brasília – Especialistas que participaram de mesa-redonda promovida pela Rádio Nacional de Brasília, da Empresa Brasil de Comunicação, para debater o uso inadequado de agrotóxicos nas lavouras, alertaram para a importância de substituir os defensivos agrícolas por produtos de menor toxicidade e também para o perigo do uso de agrotóxicos contrabandeados. Eles observaram que é preocupante a contaminação dos produtos agrícolas e de origem animal que pode afetar a saúde humana. Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e ex-presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear, José Luiz Santana, um dos debatedores, ponderou que o uso de defensivos acaba sendo necessário para que a produção agrícola mundial se situe no patamar anual de 2 bilhões de toneladas de grãos.

Por isso, segundo ele, “é preciso que a própria sociedade cobre o emprego correto desses produtos de forma que os efeitos negativos para a saúde do consumidor sejam reduzidos”. O médico e doutor em toxicologia da Universidade Federal de Mato Grosso Wanderlei Pignatti afirmou que, em 2009, foram utilizados, no Brasil, 720 milhões de litros de agrotóxicos. Só em Mato Grosso, foram consumidos 105 mil litros do produto. Ele indaga “onde vai parar todo esse volume” e defende a reciclagem das embalagens vazias a fim de não contaminarem o meio ambiente.

Pignatti alerta que a chuva e os ventos favorecem a contaminação dos lençóis freáticos. Entre os defensivos agrícolas mais perigosos, ele cita os clorados, que estão proibidos em todo o mundo e ainda são utilizados largamente no Brasil. São defensivos que causam problemas hormonais e que podem afetar a formação de fetos, segundo o médico. O professor relatou que, nos locais onde o uso de agrotóxicos não é feito com critério, encontram-se casos de contaminação do próprio leite materno, “o alimento mais puro que existe”, o que ocorre pela ingestão do leite de vaca. “A mulher vai ter todo o seu organismo afetado quando o seu leite não estiver puro e os efeitos tóxicos podem ficar armazenados nas camadas de gordura do corpo”.

Ele lembrou ainda há resolução do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que proíbe a pulverização de agrotóxicos num raio de 500 metros onde haja habitação e instalações para abrigar animais, distância que tem que ser observada também em relação às nascentes. O professor Mauro Banderali, especialista em instrumentação ambiental na área de aterros sanitários, reconhece que, apesar da cultura de separação do lixo tóxico em aterros que há existe no país, ainda não se sabe exatamente o potencial dos agrotóxicos para contaminar o solo e a água e, consequentemente, os seres humanos pelo consumo de alimentos cultivados em áreas pulverizadas. “A preparação do campo para o plantio é, frequentemente, feita sem se saber se vai vir chuva. Quando o tempo traz surpresas, ocorre a contaminação das nascentes em lugares onde a aplicação foi demasiada”.

O professor José Luiz Santana ressalva que há, no país, propriedades muito bem administradas onde há a preocupação de manter práticas sustentáveis. Ele, no entanto, denunciou que há agricultores que usam marcas tidas como ultrapassadas na área dos químicos e que podem ser substituídas por alternativas de produtos mais evoluídos, disponíveis no mercado. Para ele, apesar da seriedade do assunto, “não se deve assustar as pessoas quanto ao consumo de alimentos”, já que as áreas do governo que cuidam do tema têm o dever de trabalhar pelo bom uso dos agrotóxicos e, além disso, conforme ressaltou, a agricultura conta com um “trabalho de apoio importante por parte de organizações não governamentais que procuram difundir o uso correto dos defensivos agrícolas.

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