segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Grand Canyon vive crise ambiental

Considerado uma das sete maravilhas naturais do mundo, o Grand Canyon, no norte do estado americano do Arizona, com seus desfiladeiros moldados pelo Rio Colorado durante milênios, recebe 4,5 milhões de visitantes todos os anos. Aqueles que optam por fazer trilhas e acampar no vale, podem, em determinados trechos, se deparar com o seguinte aviso: “não beba água do rio, ela é radioativa”.

A atração turística, que movimenta cerca de 3,5 bilhões de dólares, está no meio de uma crise ambiental pouco falada, embora deflagrada por uma atividade de risco: a mineração de urânio. Um passo importante para o futuro da região foi dado pelo governo dos Estados Unidos que anunciou uma moratória de 20 anos para abertura de novas minas em um raio de 400 mil hectares (4 mil km²) ao redor da formação rochosa.

Como era de se esperar, a medida gerou indignação da ala conservacionista e críticas da indústria de mineração e de alguns republicanos do Congresso, que argumentam que a proibição vai afetar a economia do estado e tirar oportunidades de trabalho. Por outro lado, ambientalistas disseram que a medida será um dos legados verdes da administração de Obama, mas ressalvaram que a batalha ainda não foi totalmente vencida.

Para eles, não apenas o Grand Canyon, mas o mineiros e os moradores locais, incluindo comunidades indígenas, vivem sob ameaça constante de um acidente com urânio. Isso porque a moratória não vai afetar os trabalhos de cerca de 3 mil minas que já existem na região e são parte importante da estratégia energética do país.

Boom do urânio

Há mais de meio século, as regiões no entorno do Parque Nacional que leva o nome da atração são exploradas para retirada de urânio, principal matéria-prima das usinas nucleares. Mas foi somente a partir de 2003, que o ritmo de abertura de novas minas e pedidos de licenças para prospecção viveram um boom, como resultado direto da alta dos preços dos metais no mercado internacional e também do movimento de renascimento da indústria de energia atômica. Em cinco anos, o valor do urânio foi multiplicado por oito.
Fonte:jma

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