sexta-feira, 29 de julho de 2011

Efeitos da mudança do clima devem elevar preço de seguros

A intensificação de catástrofes naturais no mundo, que podem ser consequências das mudanças climáticas, deve resultar no aumento das taxas de seguros que cobrem perda de vidas e destruição de patrimônios, afirmou John Arpel, presidente da Allianz Risk Transfer.

Segundo Arpel, tal fato é consequência do maior número de pagamento de indenizações por estragos e mortes registrados em tragédias naturais. Dados apresentados pela companhia mostram que somente no primeiro semestre deste ano já foram pagos US$ 60 bilhões em indenizações com estas características. A quantia foi dividida por empresas famílias afetadas por enchentes na Austrália, pelo terremoto e tsunami que destruíram cidades do Japão e também pela temporada de tornados dos Estados Unidos. Existe a expectativa de elevação no montante devido à temporada de furacões no Atlântico Norte.

“Se as seguradoras esvaziam seus ‘potes’ com um maior número de indenizações, temos que repor este dinheiro de alguma forma. Então, os preços (dos seguros) vão ter que aumentar, mas ainda não sabemos quem vai pagar esta conta”, disse Arpel. “Não sabemos o que mais poderá acontecer”, complementou. Segundo o diretor, os brasileiros também poderão arcar com esta conta. Sem precisar números, ele afirmou que houve crescimento na quantidade de indenizações pagas por seguradoras neste ano devido a catástrofes naturais. Entre elas está a chuva que atingiu municípios da região Serrana do Rio de Janeiro, que causou mais de 900 mortes e o desaparecimento de ao menos 300 pessoas.

Para Ricardo Ojima, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e que integra o grupo de trabalho da Redeclima, que pesquisa o impacto das mudanças climáticas no país, a falta de políticas públicas nacionais contra consequências de eventos naturais poderá agravar a situação das populações urbanas. “As mudanças climáticas globais vão ter efeitos específicos e afetarão, principalmente, quem estiver nos grandes centros urbanos. Historicamente, o Brasil sofre de carências que ainda não foram resolvidas e que causam vulnerabilidade no país”, disse Ojima.

Ele complementa dizendo que ações de mitigação e adaptação para tais fenômenos não podem ser feitas para remediar o que já aconteceu. “A adaptação tem que acontecer para antecipar possíveis tragédias. Medidas devem ser adotadas para evitar o sofrimento da população”, complementou o pesquisador.
Fonte: G1

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